O Dinheiro e o Fim.

A dor do coletivo é maior que a sua,

Quantos desamparados,

Vivem sem uma refeição para fazer,

Sem água para beber,

E dormem ao relento, na rua.

Mas tua miséria é a pior,

Por isso de ti tenho dó,

Dorme e acorda sempre acompanhado,

Na verdade todo afeto que recebe é comprado.

Quando quer é que compra o amor,

Por dinheiro consegue o perdão,

Tuas conquistas no cartão pagou,

O teu deus quer ter valor, quer moedas em forma de oração.

Não cativa os amigos que tem,

Compra alguém para te dar atenção,

E agride quando te convém,

Não fez nada a ninguém e ainda quer gratidão.

Diz ser exemplo a vida que tem,

Com dinheiro compra proteção,

Esnoba quem de posse se abstém,

Teu espelho reflete ilusão, sem luz, apenas escuridão.

Necessita que inflem seu ego,

Conta somente sua versão,

És mais forte, inteligente e belo,

Fruto de irrelevância ou alguma frustração.

Desfrute de sua glória,

Pois a vida tem início, meio e fim,

Conquistas, títulos e lembranças esquecidos,

Depositados no fundo de um vazio sem fim.

Triste realidade,

Ao dinheiro, se portou como meretriz,

Pois o teu caminho tem falhas, é ruim.

No final vai pular em trampolim?

E tentar subornar querubins?

Vai pedir um soneto em clarim?

Terá medo quando chegar Odin,

E dizer que chegou o seu fim.

Vai tentar botar a culpa em mim,

Te avisei, mas não quis me ouvir.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 09/06/2020
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