O MUNDO, GENITOR DE "MUNDINHOS"
Izaias Veríssimo de Castro (30/04/2018)
Záias CastroVéris
Tava querendo, tô com vontade
Passou o simples querer, não passou a vontade
É puro desejo
Afinal, assim como vem, tudo vai embora também
Num piscar de olhos, num lampejo
Em águas calmas sertanejas, quero Eu
Navegar sereno num barco a remo
É louca essa vida de hoje, o desafio é meu
Viver atrás, porém atento olhando adiante
Dela, não quero o mesmo rompante
Deixa que sem desdenho, a face da minha eu desenho
Eu disse atrás, e não em atraso
Não quero ser ponta, não quero ser guia
Mas se passo, claro, faço e deixo rastros
Onde estou eu sei, alguém já passou
E onde esse alguém estar logo vou passar
Decerto não! É certo, é certo!
Lá ficou algo que ele não observou
Prazer que ele não desfrutou
Orquestra que ele não ouviu
Canção que ele não cantarolou
O mundo é imenso, intenso, a tudo propenso
Genitor de “mundinhos” de um povo diferente
Cada qual no seu palco, com o seu tom e o teu canto
A minha melodia? Ah! uns amam, outros e tu repudias
Cada qual no seu tempo e com o seu intento
O meu relógio? Ah! “não bate com o teu”
E como os teus são, não são largos, os meus passos
Meu coração bate em suave compasso
O texto da minha vida tem sempre parágrafo
A minha noite tem lua, a minha noite tem estrelas
O meu dia tem sol e sombra também, é fértil o meu solo
O meu mar tem ondas, pois para ele o vento vem
No meu pomar chove sempre, meu jardim floresce
Colho flores e frutos de uma colheita que não padece
O teu mundinho é seu, o meu mundinho é meu
O mundo é imenso, intenso, a tudo propenso
Cada qual no seu palco, com o seu tom e o teu canto
Cada qual no seu tempo e com o seu intento
É isso que eu penso!