Jornada

Sempre a mente divergente

Brincando de alma

Jogando a semente

Flertando com a gente

Tocando a diligência sempre em frente

Fui em todos os cantos

De diversos vazios

Buscando um refúgio doce

Para aplacar minha própria solidão

Voraz

Sagaz

Lilás

Jorrando entre meus pés

Me dilacerando entre dedos

De belas unhas vermelhas

Desci ao mais profundo vazio de alma

Aos becos mais escuros

E às almas mais vazias

Buscando encontrar

O que eu nunca perdi

Tentando me livrar

Que jamais contraí

Gritando "empatia" aos ouvidos surdos na via

Sentei pálido na calçada

Temendo ter chegado minha hora

A busca incessante por algo cegante

Alguma alma pura menos dissonante

Mas não há nada no vazio

Almas podres não salvam almas podres

O perdão só vem pra quem busca

Busquei luz onde havia luz

Olhos de anjo

Olhos azuis

Semeando paz

Em lindos campos de lírio

Na primavera

Foi-se o tempo da discórdia

Imaculada mente sã

Esperando na amurada um viajante para o resgate

Quem diria

Que pra ir mais fundo

Eu teria que subir

Quem diria

PalavraSincera
Enviado por PalavraSincera em 04/06/2020
Código do texto: T6967165
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