Jornada
Sempre a mente divergente
Brincando de alma
Jogando a semente
Flertando com a gente
Tocando a diligência sempre em frente
Fui em todos os cantos
De diversos vazios
Buscando um refúgio doce
Para aplacar minha própria solidão
Voraz
Sagaz
Lilás
Jorrando entre meus pés
Me dilacerando entre dedos
De belas unhas vermelhas
Desci ao mais profundo vazio de alma
Aos becos mais escuros
E às almas mais vazias
Buscando encontrar
O que eu nunca perdi
Tentando me livrar
Que jamais contraí
Gritando "empatia" aos ouvidos surdos na via
Sentei pálido na calçada
Temendo ter chegado minha hora
A busca incessante por algo cegante
Alguma alma pura menos dissonante
Mas não há nada no vazio
Almas podres não salvam almas podres
O perdão só vem pra quem busca
Busquei luz onde havia luz
Olhos de anjo
Olhos azuis
Semeando paz
Em lindos campos de lírio
Na primavera
Foi-se o tempo da discórdia
Imaculada mente sã
Esperando na amurada um viajante para o resgate
Quem diria
Que pra ir mais fundo
Eu teria que subir
Quem diria