Desalento

Não é um desalento,

Talvez melancolia,

Este meu sentimento

Que minhas mãos atavia.

Difícil torna-se o explicar

Impossível também admitir.

Há um mundo há ser feito,

Mas queria desistir.

Minha razão briga comigo:

Para de ter essa postura!

Há muito o que se fazer,

Seja uma pessoa madura.

Mas onde achar essa força

Que me impulsione a lutar?

É uma agonia que me toma

Mas Deus vem me confortar.

A inércia é meu pecado.

Como posso assim clamar,

Se eu sei donde o meu erro

Só não consigo me libertar?

Perdoa-me, ó meu Senhor,

Se ainda rogo, vem me ajudar!

Por amor do Teu Filho Santo,

Oh! Deus, vem me transformar!

Mas conservo sempre em mim

A fé, meu firme fundamento:

És Pai de misericórdia

E findarás o meu tormento.

Sei que comigo Te importas,

Serás sempre o meu sustento.

Por isto louvo-Te sempre, Pai,

Na alegria ou no sofrimento,

Pois só Tu me tiras esse triste desalento.