DETENÇÃO
De tudo eu sei que sou detento...
Da vida, pois sou avesso às suas fórmulas.
Do destino, porque o confronto freneticamente.
Do amor, porquanto amo educadamente
As circunstâncias impolutas do seu vício
E me torno coadjuvante das paixões.
Do trabalho, pois suas regras me exaurem.
Da preguiça, porque sua função é a indolência.
Do sofrimento, porquanto alimento sua verve.
Da felicidade, pois alegria é episódio.
De tudo eu sei que sou detento...
Do orgulho, porque o homem é insanidade.
Da humildade, porquanto a existência é caótica.
Da fidelidade, pois escrever não é casualidade,
Mas a expressão da inspiração que é liberdade!
DE Ivan de Oliveira Melo