Autópsia de grafia

O poeta é um devedor

Deve tão imensamente

Que chega a dever a dor

De quem já não mais a sente

E os que nessa dor se entristecem

Com os poemas, vão além

Das tristezas que os acometem

Dos males que vão e vem

E nesse caminho de memórias

Puxadas pela emoção

Entretemo-nos nas histórias

De um já inerte, coração.

Em memória de Fernando Pessoa.