Quatro Folhas.

Hoje

Eu escrevo pra falar em brumas

Algumas ocultam, sem muito enlevo, a arte da vida

E as trazem de volta

A dizer de coisas que nos fogem

Que se vão na distração dos tempos...tempos correm

Até que um dia os ponteiros parem

e ponham um espelho à nossa frente

Pra que, enfim, a gente se encare

E sem que haja mais tempo, nem mesmo para uma prece

Comece a fazer um inventário

Acerca da própria existência

Nas quatro folhas do trevo da rude vida

Uma delas foi a coragem, talvez a sua falta

Outra o caminho, a miragem que ilude

Mais uma outra, o carinho ausente

A exibir os seus dentes, seus cortes

A folha derradeira, foram as escolhas

O tempo revela que a vida não atende a pedidos

Nenhuma delas foi sorte.

Edson Ricardo Paiva.