Depois...

Depois

Um dia minhas mãos,

Inertes e inúteis, quedarão.

Meus olhos vivazes,

Baços então, ficarão.

Mas tu saberás

Das defesas que o viver exige

E cobrarás teu quinhão

E delimitarás teu chão.

Plante meu irmão

Plante mais e bastante

Erga, construa

Edifique e faça tua cerca.

Eu ajudo a bater os pregos

Dividiremos, mano a mano,

O peso a carga.

Trucidaremos qualquer pé maléfico e malandro,

Que venha a ousar, a ousar!

Eu sei que Deus é bom

Mas temos que cooperar

Aprenda a bater meu amor!

Bata doído, sofrido

Mas bata com força

É treino: dia sim e dia sim!

Sem cansaços ou piedade

Para que assim, tu te tornes o Rei

Dos teus louros, teus jardins!

As lágrimas? As lágrimas são meros acessórios!

E sim, descartáveis por ora...

Primeiro a gente luta

Depois, a gente chora...

Dorothy Carvalho

Dorothy Carvalho
Enviado por Dorothy Carvalho em 16/05/2020
Reeditado em 12/05/2022
Código do texto: T6948727
Classificação de conteúdo: seguro
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