O VELHO
Lá estava ele novamente, destonando do cenário
Na pressa das pessoas esbarrando sua lentidão
Seu único objetivo – tomar o sol da tarde em plenário!
Seu caminhar difícil, seus passos curtos em sofreguidão
As pleuras já não respondiam à brisa fresca
E como se a culpa fosse do vento ou do ar pesado
Forçava a entrada de ar no seu pulmão já quase tísico
Tossindo e revelando a escarra do seu físico cansado.
Um herói sem dúvida alguma!
Vencido pelo inimigo mais silencioso e trágico!
O tempo que sem dó nem compaixão executa o julgamento
Não dando ao guerreio um só alento
Cobrando o seu preço no desfecho mágico
Que chamamos de velhice...
Quanta estultice, achar que os feitos de um gigante incrível
São mais valiosos que o ser incrível
Que é o velho, decrépito e vulnerável...