O VELHO

Lá estava ele novamente, destonando do cenário

Na pressa das pessoas esbarrando sua lentidão

Seu único objetivo – tomar o sol da tarde em plenário!

Seu caminhar difícil, seus passos curtos em sofreguidão

As pleuras já não respondiam à brisa fresca

E como se a culpa fosse do vento ou do ar pesado

Forçava a entrada de ar no seu pulmão já quase tísico

Tossindo e revelando a escarra do seu físico cansado.

Um herói sem dúvida alguma!

Vencido pelo inimigo mais silencioso e trágico!

O tempo que sem dó nem compaixão executa o julgamento

Não dando ao guerreio um só alento

Cobrando o seu preço no desfecho mágico

Que chamamos de velhice...

Quanta estultice, achar que os feitos de um gigante incrível

São mais valiosos que o ser incrível

Que é o velho, decrépito e vulnerável...

Eder Mag
Enviado por Eder Mag em 14/05/2020
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