Madrid
Abro a janela pra fumar malboro
O vento do inverno me corta com prazer
Em sinestesia meu elo está verão e minha carne inverno
Os rapazes beijam
Os transeuntes sorriem
A paz possível para que vejam
A velha sem pompa me acena com os cílios
E o cachorro adestrado sem coleira me lança a pata
Mães com suas crias
Amores com seus amantes
Eu com brasílicas emoções
Liberdade temperada longe das correntes tropicais
Saudade com onipresença
Quero os meus perto
Mas gosto intrepidamente do longe
Abstraio-me de certos e errados
Quanta coisa estou a ver
E quanta coisa quis pra sempre deixar de ler
A felicidade é um momento
Há de se libertar nem que por um dia