Madrid

Abro a janela pra fumar malboro

O vento do inverno me corta com prazer

Em sinestesia meu elo está verão e minha carne inverno

Os rapazes beijam

Os transeuntes sorriem

A paz possível para que vejam

A velha sem pompa me acena com os cílios

E o cachorro adestrado sem coleira me lança a pata

Mães com suas crias

Amores com seus amantes

Eu com brasílicas emoções

Liberdade temperada longe das correntes tropicais

Saudade com onipresença

Quero os meus perto

Mas gosto intrepidamente do longe

Abstraio-me de certos e errados

Quanta coisa estou a ver

E quanta coisa quis pra sempre deixar de ler

A felicidade é um momento

Há de se libertar nem que por um dia

Lucas Guerra
Enviado por Lucas Guerra em 10/05/2020
Código do texto: T6943482
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