TRANSIÇÃO (eu)
Desde que nasci estou gerando
Meu corpo, minha alma, meu caráter e recheado com varias formas de vida
Relutando as transformações e imposições
Balançando as grades e tentando formar novas estruturas
Estou gerando alguém que sempre esteve dentro de mim, que aos poucos fui conhecendo, reconhecendo e conversando com o pequeno Tainã
ele gritou na minha cabeça esperneou no meu estomago até que um dia alcançou meu coração
decidi ouvi-lo, o porque ele não me deixava em paz, com a voz doce me abraçou e disse que sentia saudade da liberdade que eu conquistava, quando ele transbordava a minha vida em todas as minha atitudes.
Respondi que meu corpo já estava pronto, e não havia mais o que gerar e empurrei o menino frágil para o mais longe que pude, tentei justificar todos meus gostos, afinal camiseta e calça larga são mais confortáveis.
Chateado ele sentou no cantinho mais profundo do meu coração, começo a me falar sobre verdade, respeito, coragem e amor, não muito alto, mas muito constante, como uma goteira na hora de dormir.
Expliquei de novo que aquilo não era possível, que eu não podia reconhecer o Tainã que cresceu, que eu entendia que estava apertado mas precisava me deixar respirar.
De repente entendi que a luz que tanto falavam era quando o Tainã vinha pra fora aos pouquinhos, ele já tinha invadido meus olhos e meu sorris.
De repente Tainã, me disse que não era só um meninos, mas queria destruir todos esses estereotípicos de gênero, que com ele traz toda a feminilidade que há em mim e personalidade
No profundo do meu conversei, contei que não teria uma próxima vida e sem a coragem avassaladora.