TRANSIÇÃO (eu)

Desde que nasci estou gerando

Meu corpo, minha alma, meu caráter e recheado com varias formas de vida

Relutando as transformações e imposições

Balançando as grades e tentando formar novas estruturas

Estou gerando alguém que sempre esteve dentro de mim, que aos poucos fui conhecendo, reconhecendo e conversando com o pequeno Tainã

ele gritou na minha cabeça esperneou no meu estomago até que um dia alcançou meu coração

decidi ouvi-lo, o porque ele não me deixava em paz, com a voz doce me abraçou e disse que sentia saudade da liberdade que eu conquistava, quando ele transbordava a minha vida em todas as minha atitudes.

Respondi que meu corpo já estava pronto, e não havia mais o que gerar e empurrei o menino frágil para o mais longe que pude, tentei justificar todos meus gostos, afinal camiseta e calça larga são mais confortáveis.

Chateado ele sentou no cantinho mais profundo do meu coração, começo a me falar sobre verdade, respeito, coragem e amor, não muito alto, mas muito constante, como uma goteira na hora de dormir.

Expliquei de novo que aquilo não era possível, que eu não podia reconhecer o Tainã que cresceu, que eu entendia que estava apertado mas precisava me deixar respirar.

De repente entendi que a luz que tanto falavam era quando o Tainã vinha pra fora aos pouquinhos, ele já tinha invadido meus olhos e meu sorris.

De repente Tainã, me disse que não era só um meninos, mas queria destruir todos esses estereotípicos de gênero, que com ele traz toda a feminilidade que há em mim e personalidade

No profundo do meu conversei, contei que não teria uma próxima vida e sem a coragem avassaladora.

Tainã Dahlem
Enviado por Tainã Dahlem em 09/05/2020
Código do texto: T6942676
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