Não saberia viver de inventos se acaso fosse o vazio

Não saberia viver de inventos se acaso fosse o vazio

Se parco me vês

há algo que posso dizer

pra enunciar o meu lirismo

é, em mim, buscar esse amor

na minha porção emoção

e assim me mostrar inaudito

e busco, por alguém, dizer

pra não te ofertar silêncios

e tomo o "Quero Saber"

saber se tu vens comigo

posso não ser Poeta

mas tenho a posse da voz

dos versos que ele me empresta

e é nele que eu me sinto

faminto da tua boca

da tua voz, teus cabelos

posso, nele, tudo ser

fiel, ser a condição

de não nos compreender

e ainda assim estar contigo

também posso nada ter

apenas uma alma aberta...

se ando às ruas calado

sinto fome do teu riso

e se vens comigo

posso te mostrar

meu corpo, em ti, escrever

o que não sei expressar

em versos ou quaisquer palavras

sou como a planta que não floriu

mas escondo em meu peito

a luz desse grande amor

Aprendi com Neruda

a te encontrar em mim

e, em ti, aprendi me ler

e assim poder definir:

"amo-te assim

porque não sei amar de outra maneira."