Não Saia / Ode dezenove
Ao tom da tragédia,
Lutuosos soluços de agonia
Sem defesa, sem despedida
Súplicas,
Um sopro, uma vida!
Um corpo, uma medida,
É o que somos,
Mais um dia,
Morte,
Ao som da descarga,
Nosso amor vem em sacolas
Num tempo disposto a desgraça,
A peste caça na ala
No ruir das dobradiças
Buscando a saliva do dia
Vibrante nos ares da praça,
A vontade é um corvo que canta,
Como a bela canção de Iara,
Em cada poste, em cada casa
Uma necro-melodia assombrada
Privação é a pena da alma
Lembranças,
Saudade é vida vivida buscando da vida viver tudo outra vez!
Não abra!