Tempo
Rostos caídos, caucasianos
Faces destruídas, irreconhecíveis
Tempo que não volta, apenas progride
Minha pele transforma
Ao longo do tempo, desaparece
Vivi, vacilei, hesitei
O tempo não erra, nem espera
Ensina-te
Rostos distorcidos
Memórias apagadas
Gosto amargo de amargura
Assim tornei-me áspera
O tempo nunca é culpado
É força sem bem ou mal quereres
O tempo não é uma desgraça,
apenas nos concedeu graça
Caí nas próprias lástimas
Reergui-me e voltei a pensar
No tempo perdido, no tempo voraz
Alimentei-o, sua fome fora mordaz
Consumiu-me por inteiro, um período tácito
Fora silêncio, calmaria e àquele velho sábio
Meu rosto continuara distorcido
Quiçá, um pouco mais amável