A Doce Vida do Jeca.

Abrir os olhos,

Vê que o sol nem no céu está,

Fazer o café,

Acho que o galo espera o cheiro,

Pra depois acordar.

Sair pra lida bem cedinho,

Pras vacas tratar e o leite tirar,

Lavar o curral, dar milho às galinhas,

Aos porcos um pouco de ração e espigas.

A horta irrigar,

Tiririca tirar,

Colher as verduras,

Carpir o pomar.

Parar pro almoço,

A sesta tirar,

De volta pra roça,

Pra terra cuidar.

Para já de noite,

Do galinheiro,

Alguns ovos tirar,

Essa é a mistura,

Do nosso jantar.

Encontrar os amigos,

Uma pinga tomar,

Conversar sobre a vida,

Alguns causos contar.

Aqui não há problema,

Se cultivar, tudo dá,

Compreendemos a terra,

Pra nós dela cuidar.

Posso deitar o corpo e tranquilo pousar,

Minhas preocupações são palpaveis,

Delas consigo cuidar.

Diferente de gente da cidade,

Que apesar de cansado, mal consegue se deitar,

Tomam remédio pra dormir,

E pra acordado ficar.

Meu remédio é a lida,

A pinga que vezes tomo no bar,

É meu cigarro de palha,

E a natureza que todos os dias vejo se transformar.

Tem tanta gente que de mim tem dó,

Simplicidade é ruim, é o que de fora pensa,

Trabalha muito e não vê a cidade,

Isso não é pena e sim recompensa.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 01/05/2020
Reeditado em 01/05/2020
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