MARIA DAS DORES

Das Dores tornou-se acerba

Com as armadilhas da vida

Com os sórdidos verbos

A desgraça proferida

Vem centenas a cada vez

O sangue pelas entranhas

Nega um filho ao fim do mês

As cólicas, as depressões

Ausência de gravidez

E seu homem truculento

Amor com insensatez

Atormentada, a menina

Chora, lamenta a sina

Cavalga no alazão

Segura a sorte pela crina

Na montaria galopante

Não pode contar com

O bom senso do marido

Nem do amante

Procura a sorte rara

Feito ouro, diamante

A ponte para entender

É uma linha cortante

Das Dores vai se perder

A morte é como a vida

Difícil de interromper.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 27/04/2020
Reeditado em 27/04/2020
Código do texto: T6930504
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