Tempo de Amar
Tempo este, que escorrega entre os dedos
Vãos lamúrios que seguem contra a corrente
As marcas do que se foi, e o prenúncio do caos.
Filho pródigo que retorna à luz.
Cicatrizes abertas,
Sonhos caros e desfeitos,
Intimo esvaziamento do que se tomou como seu
Imagem despedaçada de si mesmo no espelho sujo,
A mente que se apega aos pedaços na margem.
Cabeças vazias entregues ao vento
Vidas afoitas no barco sem remos
Que glória este belo momento!
Que aprazível este grande tormento!
Quanto se espera e o que realmente se alcança
Sempre a buscar, sempre a remar, sempre a sonhar
O que se tem?!
O que se é?!
Como se quer?!
Agora se veja, e se perceba.
Olha depressa que logo se vai...
E quanto se perde, se encontra.
A morte como melhor companheira
O fio da navalha que corta o ego
Que vai além de si mesmo.
O presente do encontro.
Pode ser rápido e amargo
Pode ser doce e tocar como bola de algodão.
O olhar verdadeiro para o outro como irmão
O contentamento da vida real.
O despertar do coração.
O elixir da existência infinita.
O único caminho a seguir é sempre o do amor que liberta!