DesNÓ

O professor havia me enviado um e-mail.

Elogiando como foi abordado o assunto e datados em seus períodos históricos.

Porem pedindo mais atenção, em relação as vírgulas e pontos finais.

Primeiramente pensei que por não ter tido como imprimir e reler o artigo em mãos, e por isso ter perdido uma dimensão palpável e presente do texto, e acabei por mim perder.

Mas depois, pensando bem, vir que na verdade era porque eu só sabia escrever a poética das formas, a sensação desregrada do que vida, e que acabava desrespeitando as leis, as ordens estabelecidas, e que não cabia nos trilhos da gramatica, mas buscava os sentidos ocultos entre os vagões...

E que pertencia mais aos sons, ao que ecoava... e depois desaparecia.

E não as palavras impressas, em sua ordem ao devir das formas.

Mas que apesar de tudo ainda tentava seguir linha reta.

Enquanto a imaginação escorria livre entre as linhas.