O ORÁCULO DA HIDROXICLOROQUINA

Francisco de Paula Melo Aguiar

Que abrigo a população terá na sepultura?

Quando a honra abraça, enquanto o bajular declina

Ai do triste COVID-19 a quem couber um’alma pura

Caixão lacrado sem choro e velório é a sina.

A perfídia do brasão, vira ave de rapina

Enquanto a baixaria é estrada da aventura

Eis o presente tão esperado, hidroxicloroquina

Tome, é questão de vida ou morte, criatura.

Ter ouro é ter fé em Deus, saúde e gosto

A cura não vem do achismo aparente

Saber sem ciência é crime disposto.

É religiosidade sem religião, zelo indigente.

Ao sábio sem ciência, propina, pena e desgosto

É como beber sorrindo o sangue do inocente

É máscara, um ser no coração e outro no rosto.

Ideologia do calcar aos pés o mérito prepotente.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 18/04/2020
Reeditado em 21/04/2020
Código do texto: T6921388
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