QUERO VOLTAR A VER NO ESCURO

O que será do amanhã, quando toda essa beatitude se for

Quando todo esse estado novo perante as coisas não existir mais

Quando toda essa substância que sim eu digo que é sagrada, se for e não estiver mais navegando em mim

O que será do amanhã, quando toda essa luz excessiva entrar sobre os meus olhos

Atravessar o meu corpo, iluminar todas a minhas partes, e me fazendo cego

O que será do meu eu do amanhã que não será mais o meu eu do agora

O da noite o do escuro, ah como é preciso alcançarmos de novo a dimensão noturna/poética da noite

Há muita luz que nos cegam, há muitos clarões, há muitos telas, espaços em branquitude excluindo a escuridão

Apaguem o excesso do branco

Pois eu quero voltar a ver no escuro.