Nova norma
Nasci no tempo como todo mundo
Chorando, imundo e bruto.
Da mãe, o fruto:
Semente em primitivo amor profundo!
Mas me pergunto: “E antes, onde andava,
Sem ser no ar, matéria;
Sem sangue e artéria
Nem átomo, nem célula calada?”
Não sei! Só sei que aqui nasci morrendo
Enfim, vivendo em frente,
Indiferente
No acerto, no erro, mas em mim crescendo!
E em crescimento, me peguei pensando,
Que cada pranto em vida
Em vil ferida,
São mortes onde o vivo morre amando!
Na vida nós morremos tantas vezes...
São os revezes frios
Mexendo os brios.
Mas nos ensinam dias, anos, meses...
Se reza a prece e se suplica ajuda
Mas nada muda só!
Sejamos prós,
E então mudemos nós: Nunca se iluda!
Nós precisamos nos deixar morrer,
Deixar correr e ir,
Sem desistir
Para que o novo possa vir, nascer!
E um outro ser em nós renova a forma
E nos transforma em luz
E nos conduz
No amor, em nova lei, em nova norma...