Eu mesma

Sou mesmo de outro

Panorama e respiro mesmo

Outros ares

Esses, por aqui vagados,

Não me cabem

Sou mesmo grande

Em despudor e desinibida

Em meu potente e forte ardor

Por debaixo da minha pele quente

Entre os pelos do corpo latente

Esse que reconfigura

Para além, ele pulsa

Feito bomba em explosão

Sou mesmo gosto doce na boca

Inconcebível para os inconcebíveis

Aqueles que não vieram para viver

Falando tantas coisas, sem dizer

Resistindo por sobreviver

Eu sou mesmo irrealizável

Planos, sonhos que se refazem

Dão lugares a metamorfoses não-seculares

Dos meus ideais mundanos

Sou aquilo que vem

Atravessa aquém

Não me deixo refém

Retruco a mais quem?

Eu sou isso que não para.

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 21/03/2020
Código do texto: T6893113
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