Eu mesma
Sou mesmo de outro
Panorama e respiro mesmo
Outros ares
Esses, por aqui vagados,
Não me cabem
Sou mesmo grande
Em despudor e desinibida
Em meu potente e forte ardor
Por debaixo da minha pele quente
Entre os pelos do corpo latente
Esse que reconfigura
Para além, ele pulsa
Feito bomba em explosão
Sou mesmo gosto doce na boca
Inconcebível para os inconcebíveis
Aqueles que não vieram para viver
Falando tantas coisas, sem dizer
Resistindo por sobreviver
Eu sou mesmo irrealizável
Planos, sonhos que se refazem
Dão lugares a metamorfoses não-seculares
Dos meus ideais mundanos
Sou aquilo que vem
Atravessa aquém
Não me deixo refém
Retruco a mais quem?
Eu sou isso que não para.