PACIÊNCIA I

Ciência ou virtude?

Se ciência for, poderá ser estudada e aplicada em laboratório,

medida em doses serenas e tranquilas,

testada no impaciente homem em seu escritório,

ou em uma mulher à espera de salvamento,

numa ilha...

Se virtude for, poderá ser testada numa pessoa, de Peruibe moradora,

distinta dama, bufante, açoitada por acontecimentos triviais,

seu cão, que aqui chamarei de Bob, com certas dores duradouras,

paciência exercida com seus conviventes e alguns animais...

Nos dois casos, paciência e virtude viverão em consonância,

ela, por ter que suportar certas cargas, o mal feito, o mal torto,

que se obriga a esperar um certo tempo, última instância,

como fosse uma solitária andarilha a carregar o passado morto...

Mas, paciência!

O dia tem seu tempo e nada faz mudar sua constância,

hora atrás de hora até completar o seu ciclo que no cosmos fia,

quem vive pensando em apressá-lo deveria ser criança

e deixá-correr como a seiva que corre nesta atemporal poesia...