Ansiedade do que não faz parte.
Dor localizada
Na alma
Em seu profundo
E na porta de entrada
Eis que o louco esbarra
Na calça, na barra
Suja do barro
Na lama do carro
Não se importa com a nota
Mas estremece à linha torta
No que é devido, não nota
Quando é proibido, se toca
Há um velho pensamento
O matando por dentro
Que a vida se demora
Mas que sim, chega a hora
De longe vem lá
Quem nunca da as caras
De longe também vem
Visitas pelo bem
Não há tempo que se passe
Que seus caminhos entrelacem
O louco surge no compasso
Que seus músculos não relaxem
O coração que não aguenta
E a boca que não reage
Pensa, pensa, pensa
E pra matar vem a saudade
Desaponta o lápis
Desaponta as imagens
Quem mais parece se importar
Mais se vive pela metade
É verdade que disseram
Que a vontade não se faz
Mas um pouco de bom senso
Mal nenhum o deixa para tráz
Louco que é louco
E que não controla quando desperta
Louco que é louco
Põe fogo na própria aquarela
Há quem diga que vá mudar
Mas de vida, pensamentos ou lugar?
Que há de vantagem saber de tudo
Mas não saber se controlar?
Uma cabeça que explode
De tanto que há a pensar
E o futuro que não se demore
Porque um ansioso não sabe esperar
Há dinheiro em jogo
E há morte, próxima
Há também amor
Mas juntamente há má sorte
Que Deus proteja
Quem quer que seja
O louco que deseja
Ter a tranquilidade que almeja