Meia Noite
Arrastei-me por entre vielas escuras
Buscando o inexistente em cada esquina
Desabando em caos e loucuras
Sem sentir vontade ou adrenalina
Então desisti de buscar novamente
Sabendo que um dia eu ansiei chegar até o fim
Agora apenas aguardo impaciente
O que o futuro incerto reserva pra mim
De lá até aqui em já não me sinto melhor
Com a tristeza que corrói o que sinto
Se eu dissesse que ontem estava pior
Hoje você saberia que eu ainda minto
Meu desabafo vem das profundezas
Ecoando pelos cânticos de amém
Rodeado de medos e incertezas
Eu me alimento com o prazer do desdém
Ainda não sei qual é o meu lugar
Ainda não achei o que eu procurava
Mas sei que hoje eu danço sem par
E me descrevo sem vida em cada palavra
O melhor dia da minha vida não chegou
Talvez seja amanhã, talvez seja depois
Aguardo e me contenho com o que restou
Bailando com minha alma partida em dois
Meu estômago fervilha em pura dor
E eu continuo mendigando amor
Mesmo ciente de que estou desistindo
Você me tirará tudo enquanto eu fico sorrindo
Sozinho no vácuo obscuro
Cara a cara com o muro
Se você fosse capaz de ver o que vejo
Choraria enquanto sorrio e lhe protejo
...
Dois caminhos em uma estrada bifurcada
Só gostaria de escolher o mais agradável
Sem afogar-me com tudo e com nada
Em minha mente confusa e intragável
(Guilherme Henrique)