NUNCA É TARDE
Será que o sol tem empregada,
que recolhe restos de raios
que espalha ele de madrugada,
ou uma enxugadora de nuvens
que procura pingos perdidos,
um anjo que mapeia o Oriente
e mistura aromas ao Ocidente,
quem varre a casa de Deus
e recolhe reza que se perdeu?
Será que você imita o sol
e espalha brilhos de sua luz,
esparge a lágrima perdida
do choro que caiu sobre a comida,
o anjo que fostes espiando
o momento de quem, quando
te olha profundamente nos olhos,
te chama pelo nome e te diz,
é hora de se religar ao amor,
vem?
Nunca, nunca é tarde
para se dar ao sol que arde,
nunca é tarde demais
para se tornar alguém capaz
de espalhar riso e alegria,
nunca é tarde para escrever,
com a mão da alma,
sua própria poesia...