OH MINHA MINAS GERAIS!

Quantos abrem os braços

e deixam o prego de água

riscar num só traço

o furo perfeito

buscando resposta do Pai

para esta dura sina

neste caudaloso leito

que veio do alto em chuva que cai

em tua mansa terra, oh Minas Gerais!

Quantos em busca de um lar protegido

ergueram suas casas nas ribanceiras,

e a chuva transformada em duro granizo

e em mil goteiras espancou suas telhas,

caiu devastando e levando seus filhos

misturando ao sangue suas sujeiras,

e no alto do morro um pedido de um pai,

salvai nossas vidas oh minha Minas Gerais!

Quantos entre santos esculpidos rezaram a Ave-Maria

pedindo aos céus que nos desse uma só garantia,

se erro nosso fosse que o látego caísse sem perdão,

do chão saíssem serpentes e varressem o chão,

mas se nos desse uma outra chance nesta vida

sairíamos em cortejo em busca de outra lida,

casas serenas e filhos dormindo, roupas no varal,

a ciência explicando as virtudes do bem natural,

a chuva de longe vista espalhando poder e força,

as sementes gritando que estão explodindo a roupa

de casca sedosa, os cães latindo, na varanda os pais,

um menino vindo e a todos dizendo, oh minha Minas Gerais!