O QUE ESCREVO
O que escrevo você já sabe,
já leu, lerá, já viu em algum outdoor;
mas o que não tem no seu balde
é o riso da poesia, o melhor...
Quando pões os olhos e sente,
sabe que a escrita te dá poder;
mas sabe que o poeta não mente
quando a verdade começa a doer...
Dito foi e dito será, de novo,
repetido até à exaustão,
mais ou menos como o ovo
que se quebra para a criação...
Depois de lido o poema adormece
e só acorda quando alguém chama,
o traz até a escrivaninha e com ele tece
incandescentes versos para quem ama...
Posto isto em repetido desejo,
a única coisa que assusta o poeta
é quando lhe vem o secreto medo
de comemorar a poesia, sem festa...