Telepoema

A natureza não faz nada em vão.

Aristóteles

Poeta és verbo buscador de vazio imanente, tal

Serpente vívida que colhe e semeia sementes

Da árvore da vida de Ezequiel: fonte de Eu-Sou;

Mina de saberes; e egéria centelha de luz.

A espreita de mentefatos se provoca, tal

Cálice em turiya que de anatta se ventura,

Hiante e receptivo e solto: cassando mortes;

Caçando vida; e alvitres em seu jardim do éden.

Dom que catalisa as entranhas da noiética

Com noblesse oblige, creando e versejando.

Aporta só, recônditos nus: no manto inconsútil;

Com ilibada enação; e amor fértil na comunhão.

Poeta és telos que psicografa a Natureza.

Elo afetuoso entre noosfera e theosfera.

Prenhe demiurgo que: flerta com a alma;

Casal com o espírito; e pari poemas

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 29/01/2020
Reeditado em 09/02/2020
Código do texto: T6853681
Classificação de conteúdo: seguro