Telepoema
A natureza não faz nada em vão.
Aristóteles
Poeta és verbo buscador de vazio imanente, tal
Serpente vívida que colhe e semeia sementes
Da árvore da vida de Ezequiel: fonte de Eu-Sou;
Mina de saberes; e egéria centelha de luz.
A espreita de mentefatos se provoca, tal
Cálice em turiya que de anatta se ventura,
Hiante e receptivo e solto: cassando mortes;
Caçando vida; e alvitres em seu jardim do éden.
Dom que catalisa as entranhas da noiética
Com noblesse oblige, creando e versejando.
Aporta só, recônditos nus: no manto inconsútil;
Com ilibada enação; e amor fértil na comunhão.
Poeta és telos que psicografa a Natureza.
Elo afetuoso entre noosfera e theosfera.
Prenhe demiurgo que: flerta com a alma;
Casal com o espírito; e pari poemas