A NAU AO MAR

Feliz poder viver aquele momento.

Sentir do cenário toda a intensidade.

Embaixo, o mar, em cima, o firmamento.

E ambos transbordam em majestade.

Belíssima harmonia traz a brisa.

Música suave que ao longe soa.

Como um canto puro que desliza.

Pelo mar sem fim boiando à toa.

A orquestra é o mar, que ruge no casco.

E o vento, nos gradis do convés assobia.

Mas de repente, o tempo se torna carrasco.

Nas fortes vagas se ouvem acordes d’agonia.

Acaba nesta hora a paz no infausto brigue.

Fim do feliz trilho q’abriu nas mansas ondas.

Agora corta vagas sem ter quem as apazigue.

Findam amores e largos risos de Giocondas.

Mas a perícia do capitão vinda do epigeu.

Fez levantar dos mares o Deus Netuno.

E àqueles passageiros, a todos protegeu.

Fazendo calmo o grave transtorno noturno.

Numa ilha a grande nave se acolheu.

E o todo uma vez mais se naturaliza.

E os seus rostos ganharam em apogeu.

O sorriso estreito e sonso de Mona Lisa.

thiticobomfim
Enviado por thiticobomfim em 26/01/2020
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