Assim que o destino assume o posto a sorte foge pela janela

Ergo minha estrutura aqui

ou caio duro após a última tentativa.

Desvanecer.

Sobrepor.

O diabo que estiver sentado

na encruzilhada.

40 anos. Nenhum livro publicado.

Mais de mil poemas escritos,

quem os lerá?

Oh Posteridade, vil alteza

dos reinos terceiro-mundistas

logo abaixo de todos os infernos,

dai-me logo este abraço frio

de merda sem paixão,

dai-me o que me tens guardado

como a santa vadia de todos os séculos.

40 anos. Nenhum livro publicado.

Mais de mil poemas reescritos,

nenhum lido.

O fim da festa já vem sonolento

nos braços da aurora,

a Deusa Tutelar dos Desertos Abertos

sabe que estarei pronto e a postos,

pois tão sensata como a morte segue a vida,

a mudança está aí. Para o que der e vier.

O homem, depois de ver dezenas

de primaveras,

só tem duas coisas a honrar:

a palavra e os culhões.

Hei de nunca esquecer disso

(pelo menos até a aurora entregar o fim da festa).

Grouchesco
Enviado por Grouchesco em 23/01/2020
Código do texto: T6849063
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