POESIAS AO VENTO

Quando eu morrer, quero doar

minhas poesias ao vento, (já falei com ele),

que as levem e que entrem pelas janelas,

que cubram os que dormem nas ruas,

que afaguem rostos cheios de lágrimas,

sirvam como pipas alcançando o céu,

que entrem pelos olhos da ignorância

e ensinem a ela o valor de sentir...

Já estarei feito a terra que come a terra

e terra se torna aos que virão,

já terei reparado fendas nos pensamentos,

terei sido a palavra que conversou

com a palavra que me gerou,

eterno ao que não existe,

na eternidade vindoura...