SENHOR
Senhor,
para mim não quero nada,
para tantos conserte a estrada
da alma à carne,
antes que seja tarde,
que provoquemos mais catástrofes,
que entremos em choque,
depois da descoberta do aço o cofre
que guardou de quem não teve sorte
o quinhão a cada homem dado,
a Terra como hotel ao homem abandonado,
o pedaço de terra e a cerca separatista,
o cão feroz que late ao homem que avista,
dai-nos, se quiser, um manual de boas intenções,
repare os danos que fizemos aos nossos corações,
instigue a imaginação de quem hipnoticamente
segue rio abaixo afogando as ideias da mente,
trate o homem como a uma criança que demora a crescer,
ensine-o a dar sem nada cobrar de quem nada pode oferecer,
cubra-o com a tinta que o torna igual, sem diferença,
trate-o como a todos os animais, todos iguais,
e apene-o com as regras do amor:
amar, a máxima sentença.