NÃO ACREDITO

Não acredito em nada,

em ninguém,

em nenhuma palavra

que vem

de muito longe e pousa no meu ouvido,

palavras que se quebram, de vidro,

viajam através do vento

e trazem ilusionárias vertigens,

enganam até o tempo,

são falsas virgens,

feitas de areia e água,

por dentro trazem mágoas,

não acredito em quem fala

o que seu coração não exala,

nem creio em atos que não virão,

vivem e morrem no palco do coração...

Não acredito em fotos, fatos, fitas,

não creio em risadas longas e bonitas,

só creio nas veias do meu corpo,

creio mais ainda que este mundo louco

suporta porque tem que suportar

quem erra por vontade própria,

quem acerta tentando não errar...