QUEM SABE UM DIA...
Quem sabe um dia
eu esqueça a poesia
que fiz para você,
num banco qualquer da praça,
você, sentada, ache graça
do que escrevi só pra te dizer
que amor é pensamento do coração,
que pensa que sentimento é vento vão
que toca o rosto e vai embora,
como eu, longe de você, andando,
indo pra bem longe, agora...
Quem sabe um dia eu pouse no teu colo e,
pássaro amoroso, te cante um solo
como um tenor em arena aberta,
da tua alma abra a janela e saia,
discreta, tua paixão por mim,
e não haverá mais hora incerta
para o amor acontecer,
nem runas, pedras,
só eu e você
é que poderemos saber
o que nos reserva o destino,
você, menina,
eu, menino,
e tudo para tecer...