"O MENINO DA CALÇADA"
Sem abrigo, sem caminho
Arremessado ao próprio destino
Me vi sem rumo ainda menino
Caminhando por espinho
Tropeçando nos próprios passos
Senti o mundo ruir embaixo dos pés
Tão cruel a vida me dando revês
O menino e seu destino pedregoso
Esperanças e sonhos, vida despedaçada
A noite tão bela e iluminada
O menino solitário sem rumo na calçada
Como a um voo cego ao acaso
O menino instalado na calçada
Vagando por ferozes e furiosos rugidos
O sobressalto lhe ignora o repouso
Delicado leito arenoso
O menino caminha pelo destino
Cabisbaixo, lagrimas na face desapontado
Vento lhe bate a face furioso
O menino da calçada e o sonho sufocado