Tudo azedo

Vai chegar a hora que a minha vontade pouco importa, tudo se resume no silêncio a minha volta. A voz fica calada dentro de mim, sem mais, nem menos, me vejo assim, perdido na solidão que não tem fim. Meus pensamentos vagam nas lembranças onde eu vivi e o tempo mostra que a esperança não existe mais pra mim. Tudo parece impossível diante dos meus olhos, nessa mistura de medo, a coragem se escondeu. Minhas pernas sofrem com o peso do corpo, minhas mãos trêmulas e na boca não sinto mais o gosto da vida. Tudo azedo. O dia longo sem lugar pra mim, a noite o sono não vêm e ela parece não ter fim. As paredes do meu quarto me sufocam, tudo escuro a minha volta. Tomo um banho de saudade onde no meio da solidão escapa um sorriso maroto quando fecho os olhos e me imagino um garoto, rabiscando no papel da vida o sonho de um dia ser feliz...

Wagner Carneiro Luiz
Enviado por Wagner Carneiro Luiz em 07/01/2020
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