In memoriam
Meus bens... minhas memórias...
Deixo tudo... deixo a vida em mãos alheias
Deixo sonhos, amores... castelos de areias
Sorrisos sofridos, sufocados gritos...
Ponto de partida, trajetórias...
De novo um recomeço?
Não mereço! Não mereço...
Infinitamente sem vitórias...
Caminho agora, sem rumo certo
Com a certeza de um mito
Fulgaz... perene... tão insípido!
Tornado em “uma lenda”
Já não existo! Já, não existo...
Insisto em procurar quem me devora
Como caçador que a presa espreita
A vigiar as sombras, os sons...
A me manter aceso nas memórias
Mesmo que num “pós mortum”
Minha presença, um incômodo
O tempo, inimigo da história
Apagará meus passos, minha marca...
A caça vence o caçador inglório
No término da lide,
No fim de um presente “in memoriam”...