O rio que corta a estrada

Tem dias que viver

é como atravessar um rio

à braçadas.

No início, as forças não faltam

coragem tem de sobra.

Após um tempo chegam as dores

os braços fraquejam

os olhos buscam a margem.

Não dá!

A dor é intensa

o coração dói e

dá vontade de apertar

pra ver se a dor sai.

Os olhos fecham e a mente pensa

Acabou...

Os dedos tateiam a terra.

É o fim.

Tarde demais.

Chega na margem

é preciso recuperar o fôlego.

O rio se passou,

mas a travessia principal

está adiante.

Agora é a vez de andar,

descalço, pela estrada.