DEPOIS DE TANTO AMAR

Já fui equilibrista,

palhaço, toureiro,

já dei linha na pista,

já senti o cheiro...

De tanto ser já não sou mais,

desde criança sendo,

depois moleque, rapaz,

e aí fui crescendo...

Ardis ludibriei,

em fugas me pus,

nunca me cansei,

nem usei capuz...

Sabido fui,

enganado muito menos,

toda sabedoria rui

ao contato do veneno...

O que esconde a juventude

a velhice mostra às caras,

prefiro mesmo é um alaúde,

viva tudo, a vida é rara...

O sol fica,

também lua e mar,

tudo se clarifica

depois de tanto amar...