Barragem
me disseram, outrora,
que mudei.
parei, olhei...
Sim, mudei!
olhei as profundezas
de minhas águas
e me entendi água
que corre
preocupação zero
desejos muitos de ser mar
desabar sobre gente
toda a enchente
que diariamente
me deixa a beira de
derramar
amar
ser água em outros rios
outros caminhos
pena que meu corpo
delimita
margem que não deixa
impede a torrente
com medo do dilúvio alheio,
assim sendo,
gota
a
gota
me derramo
e amo como der
e puder.