Sinfonia.
Não sinto que preciso falar sobre as coisas
pois elas tendem a envelhecer tão rapidamente...
Vejo a tua alma esvanecer
enquanto o mundo ainda é o mesmo.
Crio montanhas de papeis
para depois aparecer aquela triste chuva.
Não sinto que preciso cantar sobre as rosas
pois elas já vão falecer nesse imenso jardim...
Tem apenas a sua nudez
flertando ao mar de todo cemitério.
Cartas de metais que voam
para navegar nesse imenso céu cinza.
Não sinto que preciso de fato existir
pois os vermes já estão aqui de novo...
Vejo sentido de toda sinfonia
que lamenta que a vida é assim.
Crio um labirinto para os ratos
entrando assim em uma triste contradição.
E não preciso
Não preciso
Não sinto
e nem ouço...
Pois já sei que é assim
que a vida é cega,muda e surda
e que sou apenas um escravo.