Festas - uma reflexão
Sei que parecerei insensível, ou talvez, para alguns, um tanto quanto negativa. Também não quero ser dona da verdade ou “advogada do diabo”. O que me faz pensar é o quanto as pessoas se entregam ao consumismo e a coisas mundanas e sem importância real ao “ser” nesta época do ano.
Do ponto de vista cristão, o verdadeiro sentido do Natal é o nascimento do Salvador. Vamos aqui tentar apenas refletir alguns pontos sobre esta fase: as festas de Natal e Ano Novo.
Constam pesquisas nas quais o calendário primeiro adotado surgiu na Mesopotâmia, por volta de 2700 a.C., provavelmente entre os sumérios, e foi aprimorado pelos caldeus. O calendário possuía 12 meses lunares de 29 ou 30 dias, e serviu de base para o adotado pelos judeus. Como cada mês começava na lua nova, o ano tinha 354 dias, ficando defasado em relação ao calendário solar. Para resolver o problema, os caldeus acrescentavam um mês a cada três anos. O primeiro calendário solar foi criado pelos egípcios, em meados do terceiro milênio antes de Cristo.
Muito mais preciso, já tinha 365 dias. Hoje, utilizamos o calendário gregoriano, que não sofre influência do movimento dos astros. Ele foi instituído em 1582 pelo papa Gregório XIII (1502-1585), que reformou o calendário juliano - uma herança do Império Romano.
Consultoria Ricardo Pereira Cabral, professor de História Contemporânea da Universidade Gama Filho (UGF). https://novaescola.org.br/conteudo/167/como-onde-feito-primeiro-calendario-babilonia-mesopotamia-sumerios-caldeus
A partir daí, o mundo passou a marcar datas comemorativas para tudo.
Claro, o sentido laboral e o sistema capitalista pedem datas. Mas tudo tem seu lado negativo. Vivemos atrelados a uma coisa que chamamos tempo e que nos deixa presos e cheios de ocupações e estresse.
Falando agora de Natal e as festas de final de ano, o que se percebe é um exagero em comilanças, presentes, viagens nem sempre dentro dos padrões das famílias, um corre-corre nem se sabe para quê, enfim, um consumismo exacerbado.
Independente do credo, pergunto, será que não seria mais provençal vivermos um dia de cada vez e tentarmos não nos “iludir” com o comércio desta data? Não quero ser piegas. Falo em equilíbrio, em fala e prática. Prega-se o sentido da “boa nova”, do nascimento, então o natural não seria o encontro entre as pessoas, o amor e a paz que Ele pregou, sem exageros e comilanças, bebedeiras desnecessárias? Por que não reforçar hábitos salutares e encontros e reencontros com amigos, parentes que não vemos há tempos? Visitas a instituições onde pessoas muitas vezes à margem da sociedade vivem momentos e uma vida solitária e infeliz?
Sei que muitos o fazem, ainda bem. Mas que tal revisar isso em nossas vidas? E olha que nisso me incluo.
Que tenhamos um novo pensar e um novo entendimento das coisas que nos cercam.
Desejo, então, imensamente, um novo olhar para o que vem, já que ele virá adentrando a cada lua, a cada sol que nasce. E nós, simples mortais, trabalhando, amando, vivendo, enfim, às vezes, na cegueira do que realmente acrescenta ao outro e a nós mesmos, consequentemente. E que assim seja!