CANASTRA

Só meus gestos salpicam inquietude,

Os pensamentos alardeiam os sonhos

E eu, canastra real, não sei onde ponho

Os retalhos da consciência que se ilude.

Meu olhar esbraveja diante da sinestesia,

Os desejos se rompem enquanto choro,

Pois em meu inverno só vejo água e cloro,

Inseticida que alveja por onde eu pensaria.

Minha vontade se alquebra perante o sono,

A inconsciência reflexiona a canastra suja

Enquanto a razão recebe assaz de lambuja

O itinerário duma viagem em papel carbono.

Meus passos retroagem... vaivém de tiracolo

E, finalmente, mesmo atordoado, eu decolo!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 11/12/2019
Código do texto: T6816794
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