Lucidez mórbida OU morbidez lúcida

Vocês conhecem a história da mulher que matou uma barata

aos pés de seu armário

e a partir daí, relata a perda de sua individualidade?

Ou daquele homem com problemas com drogas

que derrubou uma moeda no chão

e ao pegar, sentiu que toda a sua vida havia mudado?

Pois venho sendo os dois.

Porque ao falar de lucidez e de tantos poemas sem sentido

mas que me fizeram sentir tanto

eu não encontro lucidez nenhuma.

Hoje,

me sinto um espelho quebrado

e me identifico

e sou, cada um dos caquinhos no chão

porém, o sentimento de ser inteiro

me é estranho.

Em algum dia,

eu li um texto

onde o autor dizia que enquanto o Destino permitisse

ele continuaria fumando.

Faço de suas palavras as minhas,

pois continuarei fumando

e mofando.

Eu ando meio mórbido pensando na morte.

Ontem,

me desesperei ao pensar em mim mesmo

branco de algodão no nariz

rodeado na morte por todos aqueles que me rodearam na vida.

A falta de lucidez é tamanha

que não consigo entender os caminhos que trilho

e nem classificar aqui os poemas.

A mim,

se acumulam os dilemas.

MIHELL
Enviado por MIHELL em 10/12/2019
Código do texto: T6815433
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