Lucidez mórbida OU morbidez lúcida
Vocês conhecem a história da mulher que matou uma barata
aos pés de seu armário
e a partir daí, relata a perda de sua individualidade?
Ou daquele homem com problemas com drogas
que derrubou uma moeda no chão
e ao pegar, sentiu que toda a sua vida havia mudado?
Pois venho sendo os dois.
Porque ao falar de lucidez e de tantos poemas sem sentido
mas que me fizeram sentir tanto
eu não encontro lucidez nenhuma.
Hoje,
me sinto um espelho quebrado
e me identifico
e sou, cada um dos caquinhos no chão
porém, o sentimento de ser inteiro
me é estranho.
Em algum dia,
eu li um texto
onde o autor dizia que enquanto o Destino permitisse
ele continuaria fumando.
Faço de suas palavras as minhas,
pois continuarei fumando
e mofando.
Eu ando meio mórbido pensando na morte.
Ontem,
me desesperei ao pensar em mim mesmo
branco de algodão no nariz
rodeado na morte por todos aqueles que me rodearam na vida.
A falta de lucidez é tamanha
que não consigo entender os caminhos que trilho
e nem classificar aqui os poemas.
A mim,
se acumulam os dilemas.