O Fim
O fim
O inferno em que vivo é meu paraíso!
Intrínsecos... indivisíveis...
Minha angústia é minha alegria
Como um palhaço pinto a cara
Faço troça, espalho um falso sorriso...
O inferno que vivo, é minha fantasia...
Desejo, vorazmente, ver o fim de tudo!
O último ato, a última cena!
Antevendo o aplauso único da cruel amiga
A esperada infame, não menos obscena
A me oferecer as flores desse teatro mudo!
Ali... aposta ... primeira fileira
Com seu gosto amargo e seu semblante tétrico
A esperar meu discurso derradeiro
No ponto final... final do ato
Cerrar minhas cortinas ...
Encenando minha sina... meu ego verdadeiro!
Fim...
Ederval Magalhães