O grito
Um gemido triste, agonizante
Murmúrios... sopro de lamento
Ecoam noite a dentro no escuro
Como uma última cantiga, um último pedido
Calando fundo n’alma do gigante derrotado
Gélido e profundo suspiro...
Um sentimento puro e derradeiro
Do guerreiro forte invencível
Do herói um dia aclamado
Num corpo inerte e acabado...
A noite passa, devagar...
Passos miúdos, entrementes...
E divagando nas suas conquistas
Segue esvaindo suas poucas forças
Sorvendo em si o gosto masoquista
De ter vencido...
E ser, no fim vencido derradeiramente...
Ederval Magalhães