Dia e noite

Desdobrei-me de Janeiro a Janeiro

Gastei-me a sola do sapato

Engoli choro remendando os caminhos

E joguei sementes de sonhos

Dentro do meu quarto

Rabisquei nuvens de algodão

E o sorriso alcançou meu coração

Abracei as asas do passarinho

E acreditei que também poderia voar do meu ninho

A vida nunca foi um mar de rosas

Mas o mar sempre há

Por vezes parece que vaza

Derruba meu riso

Lava minha casa

E noutro dia se recolhe

Como se me mandasse recomeçar

É só

Mais um ano que se vai

Mais um luar se escondendo no oculto

E em meio todas essas incertezas

O tic-tac do relógio virá mostrar-me o novo

Poema de autoria #Andrea_Domingues ©

Andrea Domingues
Enviado por Andrea Domingues em 04/12/2019
Reeditado em 04/12/2019
Código do texto: T6810958
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