“GRAN FINALE”
Cinco horas da manhã
Pela réstia da soleira vejo minha vida
Escorrida feito balde derramado
O sol ainda não se dignou no horizonte
Pássaros gorjeiam no seu funesto lamento
Mas aqui, isolado no meu próprio tormento
Ainda aguardo que o astro-rei desponte
Cada manhã.... um novo sentimento...
O tempo passa... já não sei se é bom ou ruim
Se passa devagar ou se apressa...
Pois, se não desejo a morte
A vida agora pouco me interessa...
Diante do meu íntimo agourado e ferido
Aguardo apenas um final
Que sei, não será tão colorido
Posto que já no tempo decorrido
Não vejo honras, feitos, ou altivez
O fim, tem deveras sua vez...
O dia nasce, a hora passa...
E hoje, mais que nunca, outro talvez...
Ederval Magalhães