AURIGA
A vida deve ser coisa estranha,
Desse fantástico que nos arranha, na cama
Enigmático, cheio de trama
Um vício a chama sem ser fanático.
Deve ser essa poeira espanada para a rua,
Carregada no colo da ocasião, nua, gemendo
Um deserdar, tremendo no ar da invenção
Um destino bastardo que flutua
E se é tudo isso os dedos que nos rege
A calça, numa invasão aos segredos
o que este tal medo, sege,
Nos calça caminhos de ocultos aedos,
Se já trepamos sem valsas, ritimos iguais,
Numa leveza florida de mistérios reais?